domingo, 27 de janeiro de 2013

Hora de mudar




Domingo, 27 de janeiro de 2013, por Danuza Leão, para a Folha de S. Paulo



Eu amo Paris, mas adoro Lisboa; é a cidade mais amável e gentil de toda a Europa.

           Nos poucos dias que passei lá, vindo de Paris, num primeiro momento houve uma inevitável comparação com a cidade que havia deixado _ com vantagem para Paris. Já no segundo dia tudo estava diferente. Era como se tivesse chegado a um Rio de 1800, pois algumas coisas em Lisboa não mudam, e é delas que mais gosto: um comércio antigo, chapelarias, pequenas lojas que apregoam “cintas e soutiens”, e os alfacinhas, como são chamados os lisboetas, encostados nos prédios, conversando e fumando. Fuma-se muito em Lisboa, e um dia, num restaurante, o garçon perguntou se eu preferia ficar na sala dos fumadores ou na outra, onde não se fuma. Acho que é o único restaurante que conheço em que existe uma sala onde se pode fumar durante arefeição.

           Os 5 dias que passei em Lisboa viraram minha cabeça; começo a pensar que a viagem certa seria escolher uma cidade _ pequena _ e lá ficar por 10, 15 dias, prestandoatenção às pessoas, aos costumes, vivendo uma vida normal, passeando a pé, sem obrigação de ver nada. Eleger um café para passar duas vezes por dia, onde acabaria sendo reconhecida e tivesse alguém que me dissesse bom dia, um restaurante onde o garçon talvez me chamasse pelo nome, e me sugerisse o que comer. Uma cidade onde não houvesse nada para comprar, a não ser um queijo da terra, um doce da terra; uma cidade que, sobretudo, não estivesse na moda.

           Penso em uma cidade pequena, talvez o Porto, e vou contar porque. Como ia haver um jogo de futebol importante, entre um clube do Porto e outro de Lisboa, a televisão fez uma grande matéria sobre as duas cidades. E as pessoas que foram entrevistadas disseram que Lisboa é uma cidade desumana, onde ninguém recebe as pessoas em casa, só nos cafés e restaurantes, mas que eles, do Porto, não: têm o hábito de abrir suas casas para os amigos a qualquer hora do dia, e prazer em fazer um almoço para mostrar como lá se come bem _ e aí mostraram o mercado de peixes, as frutas, os vinhos, e falaram sobre o que cozinhariam para bem receber umforasteiro. Coisas incríveis, como salada de orelha, bochechas de porco, doporco do qual se faz o melhor presunto do mundo, o pata negra, nem gosto depensar. Estou louca para conhecer o Porto.

           E afinal, o que se quer de uma viagem? Preocupações zero, compromissos zero, comer bem, e se tiver exagerado no vinho durante o almoço, poder ir dormir um pouco sem o menor remorso de não ter visto um museu incrível, ou mais um castelo. Quando estava em Paris inventei de ir a Versailles, e foi lamentável. Montes de ônibus de turistas, todos tirando fotos _ enfim, tudo que já se sabe. Mil vezes tivesse comprado um belo DVD para ver em casa.

           Mas nada é perfeito, e em Lisboa tive momentos de angústia: não houve um só dia em que não tenha sido abordada por 2, 3 pessoas, pessoas de 25 a 50 anos; elas se apresentavam, diziam o nome, idade, origem, e pediam uma ajuda em dinheiro. Não eram mendigos nem pareciam pobres; todas/todos vestidos corretamente, educados, mas precisando de uma ajuda financeira, o que foi muito triste.

           Mesmo assim, Portugal é o país ideal para passar dias encantadores de muita paz _ e, aproveitando, dar uma pequena ajuda para o país sair da crise.

           PS 1 – Chegando ao Brasil e lendo os jornais tive uma saudade enorme da figura de Marina Silva, da correção de Marina Silva, da integridade de Marina Silva. Precisamos de Marina em 2014.

           PS 2 – Estou de férias mas volto, bom carnaval.

domingo, 20 de janeiro de 2013

As classes sociais




Domingo, 20 de janeiro de 2013, por Danuza Leão, para a Folha de S. Paulo
 



Aí você sai para jantar com amigos e vai a um restaurante bem chique. O maÎtre, que de paletó preto e calça listada parece até um noivo, é cheio de gentilezas; faz maneirismos, propõe pratos interessantíssimos e ainda diz que o chef pode fazer qualquer coisa que você invente, só para te dar prazer. Por outro lado, os garçons não deixam seu copo ficar vazio um só instante, e ficam de olho para ver se o pão acabou, se o guardanapo caiu no chão, tudo para seu conforto efelicidade.

Aí, uma noite você volta ao mesmo restaurante e como o clima está bom, a bebidadescendo bem e todos alegres, a noite vai passando, as outras mesas vão indo embora, menos a sua, que vai ficando, ficando, até ser a única que sobrou.

Lá pelas tantas os funcionários começam a ir embora; um dos maÎtres, daqueles tão elegantes, sai vestindo uma camisa de algodão feia e de má qualidade, com uma capanga debaixo do braço. Aos poucos vão saindo os garçons; a maioria usa camiseta com uma estampa, algumas do seu time do coração, todos loucos parachegar em casa e poder descansar. Aí então você tem uma súbita percepção darealidade, pensa que passou a noite num teatro, e mais: fazendo parte do espetáculo.

Aqueles funcionários tão educados e de tão boas maneiras são pessoas que passam parte da vida representando, e depois de lidar com as comidas e bebidas mais caras, quando terminam o trabalho vão esperar o ônibus para voltar para casa, uma casa modesta onde alguém está esperando: a mãe, uma namorada, ou mulher e filhos já dormindo, já que não puderam sair mais cedo porque seu grupo ficou dando risada e dizendo bobagem.

É curioso que esses garçons, que te tratam tão bem, não se despedem quando estão indo embora. Na hora da volta à realidade, quando o espetáculo termina _ já na vida real, portanto _, garçons não falam com clientes. Já pensou encontrar na praia, que é o lugar mais democrático que existe, aquele que é tão solícito e simpático, vocês dois de calção? Vão sorrir um para o outro da mesma maneira? Provavelmente não vão nem se reconhecer.

Você bebe seu penúltimo drink pensando nessas loucuras da vida. A conta de uma das mesas resolveria o problema de fim de mês daquele garçom; o que se passa nacabeça dele? Será que fica feliz porque tem gente consumindo, o que é a segurança do seu emprego, ou enquanto serve e é gentil pensa no preço do vinho italiano e tem vontade de quebrar a garrafa _ cheia _ na cabeça do cliente que já pediu mais uma? Não necessariamente para matar, só para fazer aquele estrago, e exatamente na cabeça daquele que dá as maiores gorjetas. E alguém tem o direito de dar uma gorjeta, alta ou baixa, só porque quer? Porque pode? É muita humilhação.

Mas não faz nada; dentro de sua relativa ignorância _ ou sabedoria _, sabe que pegaria vários anos de cadeia se fizesse o que está com vontade de fazer, esabe também que ninguém entenderia; afinal, sempre foi considerado um funcionário exemplar.

Ela vê tudo isso como se fosse um filme; toma mais um drink, o último, dá várias risadas, as últimas, e vai para casa pensando se não seria mais feliz se não pensasse em tanta bobagem.

Tanta bobagem?





domingo, 13 de janeiro de 2013

Cadeia Vip




Domingo, 13 de janeiro de 2013, por Danuza Leão, para a Folha de S. Paulo


 A iniciativa privada tem em seus planos construir e gerenciar presídios. Ótimo; assim nossos presidiários poderão ter vida mais digna. É natural que um grande empresário que não agiu de acordo com a lei, cumpra pena em local condizente com sua situação social. As prisões poderão ser de vários tipos, de uma a 5estrelas, essas para pessoas mais ilustres, mas em todas a hospedagem deverá ser paga. Então aí vai minha pequena colaboração, para que os anos passadoslonge do convívio dos seus próximos sejam menos dolorosos.

              As prisões cinco estrelas  teriam suítes de luxo, todas com TV, mas onde só seriam exibidas minisséries, novelas e filmes; proibidos os programas jornalísticos, para que não possam acompanhar o que está se passando no mundo (e se inspirar para novos negócios). Jornais, computadores e celulares seriam proibidos e em matéria de imprensa, só a revista Caras, para que eles vejam o que estão perdendo.

              A diária seria cara, mas isso não seria problema, claro. Haveria muito conforto: sala de ginástica, churrascaria, um bistrot francês e um sushi bar. Eles teriam que passar o dia sós, dentro de seus aposentos _ afinal, prisão é prisão _, mas a partir das 7 da noite poderiam se reunir para conversar e até jantar juntos; bebida alcoólica, liberada às visitas, só nos fins de semana. A vida dos detidos não seria ruim; eles teriam direito a quase tudo, menos à liberdade, mas esse quase tudo seria muito caro.

              Cadacoca-cola, cada sushi, cada camisa lavada e passada, cada charuto cubano, cada roupa de cama trocada custaria uma verdadeira fortuna, e assim parte do dinheiro ganho de maneira desonesta poderia ser recuperado; a única obrigação que teriam seria assistir a uma aula diária de Moral, para aprenderem o mais elementar: que roubar um banco ou o dinheiro do Estado é a mesma coisa, e que “dar uma tacada”  ou “fazer um negócio” pode ser tão grave _ ou mais _ quanto assaltar uma pessoa na rua com um revolver na mão.

              Os presidiários deverão trabalhar enquanto estiverem presos, e o estabelecimento seria administrado exatamente como qualquer empresa. O mais inteligente seria o presidente, e escolheria seus colaboradores: quem cuidaria da tesouraria, ou das relações públicas, e haveria sempre alguém para descolar um iPad ou uma garrafa de whisky; tudo pago em dinheiro, cash, e sem recibo, porque são essas manias de assinar cheques e dar recibos que acabam na Justiça.

            As empresas ganhariam muito dinheiro administrando essas prisões; tanto, que não precisariam mais de contratos com o governo para construir pontes, estradas, estádios de futebol, trem-bala e aeroportos.

             E assim, quem sabe, teríamos um país mais decente.

             Paris 1 – os parisienses antenados não vão mais ao Café de Flore _ são turistas demais. Seus encontros agora são marcados no Café Bonaparte, bem pertinho, na praça da igreja de St. Germain, e se você quer parecer que sabe das coisas, já sabe:encontros, só no Bonaparte.

             Paris 2 – se você fizer uma comprinha na Cartier, seja uma pulseira de 300.000 euros ou algo mais importante, não pense que vai sair exibindo a sacolinha vermelha com o nome Cartier em dourado. É assim: a jóia é colocada na sacolinha vermelha, que por sua vez é colocada dentro de uma sacola branca, para que ninguém tenha a tentação de roubá-la. Chique, não?

             Paris 3 – para jantar na Maison du Caviar _ 950 euros as 100 g. do beluga gros grains _ é preciso reservar, pois a casa está sempre cheia, sobretudo de armênios e russos.

             Paris 4 – Mas para quem não liga para caviar, Paris é o lugar. O preço dos restaurantes é quase ridículo, perto dos do Rio e de SP, e da qualidade, nem falemos.



domingo, 6 de janeiro de 2013

A repetição





Domingo, 6 de janeiro de 2013, por Danuza Leão, para a Folha de S. Paulo


Uma viagem costuma ser assim: primeiro você inventa, depois se programa, acerta o roteiro, as datas, reserva o hotel, e fica contando os dias para a partida. Ele chega, enfim.

       O avião costuma sair à noite, e como já está tudo resolvido _ malas fechadas, quem vai cuidar do gato, etc. etc. _, você passa o dia inteiro sem fazer nada, pensando seriamente na razão pela qual vai viajar; a casa está tão boa, os amigos por perto, não faz sentido atravessar um oceano para se instalar num quarto que é a metade do seu, e curtir. Mas ficou combinado que não se pode desistir de uma viagem por nada, então, vai; se arrastando, com dor na coluna, mas vai.

       Realidade, seu nome é aeroporto. Não é preciso falar das horas passadas no avião cheio de crianças barulhentas, da chegada arrasada, arrastando uma mala de rodinhas com o laptop que levou para poder ler os jornais do Brasil e saber como vai a política; vamos fazer de conta que foi tudo uma maravilha. Até foi, se formos simplistas e acharmos que o fato de o avião ter chegado, e as malas não terem sumido faz com que uma viagem seja uma maravilha.

       Aí você toma um taxi, o motorista por acaso é simpático, e você vai indo para o hotel desempre, com o qual sonha há meses, e durante o percurso pensa, como aliás em todas as viagens: “o que é que estou fazendo aqui?” e não encontra resposta satisfatória.

       É bem recebida, o pessoal do concierge te conhece há anos, larga as malas no quarto e sai para dar uma volta e se sentir na cidade. Afinal, Paris é Paris.

       Percebe que não está com aquela coceira de comprar alguma coisa, seja o que for, só assim, para nada. Como está com fome, para num bistrot e pede uma coisa que adora:ostras com um copo de Chablis. Tá bom, não tá? Devia estar, mas não está. Enquanto toma o vinho, percebe o quanto já conhece esse filme, que é sempre o mesmo. Amanhã vai estar melhor, no fim da semana melhor ainda, adorando tudo, e pensando seriamente em se mudar de país para sempre. Digamos que não para sempre, mas por uns 3 meses. Pretende até ir ver uns studios para alugar, mas tem consciência de que não quer fundar um lar, gosta mesmo é de um hotel, e é isso que  procura em uma viagem.

       Ainda tendo pela frente 3 semanas para curtir sua querida Paris, curte, mas já sabendo como esse episódio vai terminar. Quando chegar de volta ao Rio, e vir 6 sambistas no aeroporto às 4h da manhã (é véspera de carnaval), com um calor de 38º, vai ter vontade de dar meia volta e ser moradora de rua em qualquer lugar onde não tenha tanto samba, tanta alegria, tanta animação, tanto sol.

      Dureza é chegar em casa e abrir as malas: tirar as botas, os casacos de lã, mandar para o tintureiro, e o pior de tudo: a readaptação à vida real.

      Para que isso aconteça, são necessárias de 2 a 3 semanas, mas um dia acontece. Como felizmente temos o dom de esquecer, é exatamente nessa hora que se começa apensar na próxima viagem, que vai ser, provavelmente, igual a essa e a todas as outras, e assim a vida continua.

      De Paris: eu já sabia que a livraria La Hune, entre o Café de Flore e o Deux Magots ia se mudar. Mas saber é uma coisa; ver, outra. Quando me instalei na terrasse doFlore, e olhei à esquerda, no lugar da antiga livraria, vi um espaço vazio, em obras; uma tristeza. E quando vi os toldos já no lugar, com a marca Louis Vuitton, quase chorei. La Hune, símbolo de St. Germain des Près, cedeu seu lugar para que ali seja instalada uma loja LV? É o fim do mundo.

      No dia 29 de dezembro, nas três lojas Hermès de Paris havia pouquíssimas agendas para vender, e só alguns poucos modelos; um verdadeiro choque, para quem não vive sem elas. As lojas Hermès sem agendas no final do ano? É o fim do mundo.

      E enfim uma boa notícia: as coleções primavera/verão já chegam às vitrines, e tenho o prazer de anunciar que aqueles sapatos que parecem botas, e sobem pelas pernas feito polvos, deixando as pernas das mulheres com 5 centímetros, já eram.


        

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Novos encontros




Domingo, 30 de dezembro de 2012, por Danuza Leão, para a Folha de S. Paulo


Uma amiga me ligou, cheia de dúvidas, querendo saber como se vestir e que personalidade adotar para um primeiro encontro. Dei palpites, os de praxe: que ela deveria ser ela mesma etc. etc. Contei essa história para um amigo e ele me desorganizou, mostrando que as coisas não são bem assim. Ótimo, homem é para isso mesmo: para nos desorganizar.
Na sua opinião, não deve haver preocupação alguma, porque o primeiro encontro não tem hora marcada; que o verdadeiro encontro de um homem com uma mulher é tão imprevisível que questões como roupa, postura e conversa não têm a menor importância, já que não há como se programar. Ah, esse homem sabe das coisas.
Depois de contar vários que aconteceram em sua vida _ todos absolutamente inesperados _ ele explica que o primeiro encontro é um prato que "não exige preparo"; não há que ser alguém, ninguém, nem você mesma. Para que um primeiro encontro aconteça, é preciso que se esteja preparada para ele _ ou o encontro acaba em desencontro.
Homens e mulheres, decididamente, não são iguais; um homem pode se apaixonar por uma mulher só porque a viu envolta em rendas ou saindo do mar depois de um mergulho. Mas dificilmente um homem, desembarcando de um táxi, provoca uma impressão definitiva em uma mulher, a não ser que ele seja mesmo muito especial _ o que, convenhamos, é raro. Não sei se é um problema cultural ou da natureza mesmo, mas dificilmente uma mulher se envolve com um homem num primeiro olhar, num rápido encontro. Pode até acontecer, mas é difícil.
Talvez sejamos mais medrosas, talvez mais contidas, mas o fato é que dificilmente sentimos esses grandes impulsos assim, à primeira vista. Para que uma mulher seja conquistada o homem tem que dispor de tempo, de talento, e se empenhar. Para uma mulher é bem mais fácil: basta um vestido sexy, uma perna cruzada da maneira certa e um olhar desavergonhadamente casto, e pronto.
Sabe por que somos tão diferentes? Porque mulher tem mania de se apaixonar, e tem também a fantasia de que o amor é eterno; nenhuma se apaixona por uma aparência, e como os homens pensam exatamente o contrário, a equação fica difícil.
Vamos, então, desdizer tudo que foi dito: para que o encontro aconteça, é preciso sobretudo não planejar nada, mas estar preparada, internamente, para o que der e vier.
Quando uma mulher e um homem se sentam em volta de uma mesa costuma rolar uma certa tensão, o que impede aquela distração necessária para que o encontro aconteça. Seria preciso talvez que houvesse muitos impedimentos, quem sabe se ele fosse padre, talvez o marido de sua melhor amiga, que você estivesse vendo pela primeira vez. Esses seriam motivos bastante fortes para você conseguir tomar um vinho na maior inocência, sem ter, em nenhum momento, aqueles pensamentos inevitáveis: se aquele homem é ou não interessante, se é ou não charmoso, se está tentando seduzir você ou sendo apenas educado. É difícil, convenhamos. O homem consegue: a mulher, quase nunca.
Grandes encontros, sem nenhuma preparação, é coisa de homem. Mas e elas, estavam assim tão distraídas? Será? As mulheres, quando estão perto de um homem, são como os escoteiros: estão sempre alerta, no mínimo para testar como andam seus poderes de sedução.
Mas cuidado, se encontrar uma que pareça mais distraída: ela pode estar fazendo o que sabe fazer melhor, isto é, um gênero; como você já deve saber, mulher é capaz de fazer qualquer coisa para despertar o interesse de um homem.
Até de dizer não.