domingo, 21 de agosto de 2011

Quem é ela ?



Domingo, 30 de maio   de 2010 por Danuza Leão, para a Folha de S. Paulo


 Em 2009, escrevi uma coluna, nesse mesmo espaço, em que dizia ter medo de Dilma Roussef. Tinha minhas razões; até aquele dia nunca havia visto D. Dilma sorrir, e cansei _ estou cansada até hoje _ de ouvi-la falar de “projetos”, sempre com o olho duro e o dedo em riste. Mas a ministra tem andado tão simpática, tão alegre, tão feliz, que não sei qual é a verdadeira Dilma: se a de antes ou se a de agora. Não é possível que o que era branco vire preto, ou vice versa, que as pessoas possam mudar tanto assim. E os que gostavam da ex-Dilma, a durona, como é que ficam? Talvez a verdadeira Dilma seja essa de agora; não foi em vão que no início do seu tour pelo Brasil ela inventou um figurino onde prevaleciam os babados. Isso talvez fosse um sonho da juventude que ela não teve, no tempo em que era barra pesada e segurava uma metralhadora como se fosse um ramo de flores. Quando o marqueteiro disse que ela tinha que usar terninhos, ela obedeceu, mas logo seu lado feminino falou mais alto. Ela importou o melhor, mais famoso e mais caro cabelereiro de São Paulo (Kamura, o mesmo de Marta Suplicy) para mudar o visual, e começou a prestar mais atenção à maquiagem. Mas bom mesmo foi ver a foto da candidata em Nova York, assumindo o seu papel de mulher-perua, e fazendo compras. A imagem de Dilma, num radiante dia de sol em NY, acompanhada de Marta Suplicy e seu novo namorado, foi um alivio para os corações: enfim, Dilma é uma mulher normal, vaidosa e consumidora, que não resiste a uma liquidação. Vou dar um pequeno palpite _ construtivo _ no visual da ministra: as mechas do cabelo têm que ser menos avermelhadas. Só falta arranjar um namorado, mas sendo Marta _ que não nos esqueçamos, é, ou foi, sexóloga _ como maior amiga de infância, será fácil. E por que não? Se Sarkozy se casou com Carla Bruni já no exercício da presidência, porque o Brasil não dá ao mundo mais um sinal de sua modernidade? Não se pode mandar nos pensamentos: eu começo a escrever sobre uma coisa, a cabeça vai para outro lado, e já estou aqui imaginando como seria o namorado de Dilma. Ah, eu não tenho nada a ver com isso? Mas se Lula se meteu no imbróglio do Irã, sem ter nada a ver, então eu também posso me meter na (futura?) vida sentimental da candidata. O namorado tem que ser do PT, é claro, e ter uma situação pessoal sólida, para que fique claro que foi um casamento por amor. Se for grisalho daria um ar de respeitabilidade, mas não consigo imaginar se o casamento será antes ou depois das eleições, isso é assunto para marqueteiro; marqueteiro ou Marta Suplicy, que está assim, ó, com a ex-ministra. Aliás, ela poderá ajudar não só no terreno sentimental, como também no fashion, pois tem experiência no assunto: casou-se no meio do tiroteio de uma eleição, com estola de mousseline e um grande chapéu de crina. Lula será padrinho, claro, e D. Marisa vai usar um vestido vermelho; há 7 anos esta continua sendo sua grande e única contribuição ao país. A candidata está vivendo uma adolescência tardia, mas vai ter que resolver essa crise de identidade e decidir, afinal, quem é Dilma Roussef.

Nenhum comentário:

Postar um comentário