segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Um punhado de vergonhas


Domingo, 5 de junho de 2011, por Danuza Leão, para a Folha de S. Paulo

O noticiário está riquíssimo, cheio de assuntos palpitantes. Se a atuação dos políticos tirasse notas, estariam reprovados Palocci, José Sarney, Fernando Haddad e Garotinho -isso porque não estou aprofundando o assunto.
O problema é a reincidência; tem alguma coisa pior do que o que fez Palocci no episódio mensalão, com o caseiro Francenildo? Do ponto de vista moral, um ministro usar seu poder para abrir a conta de um homem modesto é mais grave do que fazer lobby e ganhar tanto dinheiro em quatro anos. Francamente, não sei qual foi pior, mas não vamos nos esquecer que, quando o sigilo do caseiro foi aberto por ordem de Palocci -com a desculpa de um depósito atípico-, em 24 horas Francenildo se explicou e mostrou que não tinha culpa em nenhum cartório. O ministro pediu demissão, mas voltou, com aquela cara de santo. Vamos agora a José Sarney, que nem Sarney é, seu nome é Ribamar; o Estado que ele comanda, o Maranhão, é o mais pobre do Brasil, e o senador já deveria estar aposentado há séculos, por amor ao Brasil. Então o episódio Collor foi um "acidente" que não deveria ter acontecido? E a culpa, segundo ele, é dos funcionários do Senado, que escolheram os fatos que fariam parte do "Túnel do Tempo"? Sobre Garotinho, não há muito a dizer; ele sempre foi o que pode haver de pior na vida pública, e o Rio de Janeiro não merecia ter sido governado por ele e por sua mulher, Rosinha. Chantagear a presidente lembrando que tem na mão um diamante de 20 milhões foi a coisa mais vergonhosa de que jamais ouvi falar -e Dilma quieta. Agora, o capítulo Fernando Haddad. Eu queria que alguém me explicasse o que é Fernando Haddad, e por que razão ele é ministro da Educação. Toda vez que ele aparece, é para se explicar: ou porque na prova do Enem aconteceu algum erro -em quase todas acontece, aliás-, as cores da impressão saíram erradas, os estudantes poderão -ou não- fazer uma segunda prova, ou o livro do "nós pesca" deu uma confusão; se quem redigiu o "nós pesca" queria dizer aos professores que, se chegassem ao colégio crianças falando errado, deveriam agir com calma e paciência para não espantar os alunos, e não ir logo corrigindo, então redigiu mal. Fernando Haddad, que é o responsável, não viu, e acha melhor Stálin do que Hitler, porque sabia ler, ou era Hitler que era melhor? Francamente. Quanto aos vídeos sobre a homofobia, cheguei a vê-los, e são francamente péssimos; mas Fernando Haddad, que é o responsável, não viu, e se viu, não notou que eram péssimos. Como dizem que uma foto diz mais do que mil palavras, destaque para Lula, rodeado por seus aliados -de Sarney a Marta Suplicy, todos rindo como se fossem um punhado de misses; já a de Dilma com Michel Temer foi aquele desastre. E os novos Estados do Tapajós e Carajás vão ter deputados e senadores também? Cheguei a pensar que Dilma talvez fosse diferente; agora, querem o esquecimento dos escândalos, lançando um plano de Brasil sem miséria. E Erenice, de quem nunca mais se falou? E quem matou Celso Daniel?

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